Nesse fim de semana decidi aceitar um convite pra jogar frescobol na praia – depois de meses (ou seriam anos??) sem jogar. Eu com minha filha de dez anos – duas Gustavo Kuerten, como vocês podem imaginar. Pra quem não sabe, estou grávida. De sete meses. (Pois é! Mas isso é história pra outro post). Então, de fato, faz um BOM tempo que não me aventuro nesses esportes radicais.
Ultimamente, estou tão preguiçosa que quando eles me pedem pra brincar de alguma coisa, eu me desvencilho do pedido, em geral com a máxima:

(Dica: esse tipo de resposta não surte o efeito desejado. Não é porque você a lembrou de que ela tem irmãos que ela vai dizer “Nossa, verdade, esqueci! Que bom que você me lembrou, vou lá então brincar com ele”. Pode até dar certo uma ou duas vezes, mas seu uso excessivo, como tudo na vida, desgasta.)
Por fim, não sei se movida pela culpa ou pela saudade de jogar frescobol (o que, na boa, levando em conta minha atual forma física, duvido muito. Desculpe ao esquadrão anti-culpa de plantão, mas hoje vou ter que ficar com a culpa mesmo) aceitei o convite.

Em troca, ela me olha com os olhos arregalados de surpresa e a indagação:
ELA: VAI MESMO?
EU: vou, ué. Eu sou muuuito boa nesse jogo.
ELA (com sorriso de orelha a orelha – o que dói um pouco… é tão fácil fazer eles felizes): Eu também!!
(Na real: nem eu nem ela somos muito boas nisso. Mas quem se importa?)
Algumas coisas que aprendi nesse jogo:
1- Dá pra saber muito sobre uma pessoa pelo modo como ela joga. Se ela é competitiva, se age como se estivesse indo pra guerra, se ela é doce, se é empática, se está mais preocupada em fazer o jogo ser legal do que em efetivamente vencer.
2- Nosso máximo de pontuação sem deixar a bola rolar a esmo praia afora foi 20. VINTE. Com dificuldade.

3- Mais da metade do nosso jogo consistia em sair correndo loucamente atrás da bolinha antes de acertar algum banhista desavisado ou se perder na imensidão do mar azul.
4- Enquanto uma dupla normal jogando frescobol ocupa apenas um perímetro horizontal na praia, a nossa bolinha insistia em fazer os mais criativos e rebuscados caminhos. Então nosso perímetro de jogo era algo assim:

5- Isso fazia com que os passantes ficassem com medo de passar perto de nós.
6- Tudo bem fazer coisas em que a gente é muito ruim. No máximo, serão momentos conexão, queima de calorias e risadas. E quem não precisa disso na vida?

(Em tempo: todos os banhistas sobreviveram.)