Adoro levar meu filho ao teatro. É um programa fácil para nós, mães, por inúmeros motivos.
Como por exemplo:
– Tem começo, meio e fim. (Ou seja: não precisa inventar hora pra ir embora)
– É cheio de outras crianças, então tudo bem se seu filho der uns gritos ou fizer bagunça. Ele nunca vai ser O MAIS bagunceiro do lugar.
– É um programa em que as mães não precisam inventar malabarismos, joguinhos e passatempos. Nem cantar, dançar e contar historinha. Porque o entretenimento já vem com a peça.
– Basta sentar confortavelmente na poltrona e relaxar (menos quando o filho ainda é pequeno – aí ele pode ter medo ou vontade de fazer xixi)
Por isso, ir ao teatro é quase um momento de folga para nós.
A primeira vez que levei meu filho ao teatro foi quando ele tinha pouco mais de um ano para assistir Os Saltimbancos, e como ele conhecia as músicas estava super empolgado. Ficamos até o fim da peça e ele amou!
Desde então procuro levá-lo sempre que dá.
Teve uma época que ele achava que a peça terminava quando ele acabava de comer a pipoca e o suco dele. Então ele simplesmente levantava e falava:
Mas ainda faltava meia hora de história, e não tinha argumento que fizesse ele sentar pra terminar de assistir…
Quando tiramos a fralda, ele teve a fase “quero-fazer-xixi-na-hora-mais-inconveniente-possível”. Como por exemplo, na única vez em que não sentamos no corredor e sim no meio. Ou quando estávamos na penúltima fileira. Aí ele precisava fazer xixi a cada quinze minutos.
Quando fomos assistir João e Maria não tinha lugar na plateia então tivemos que sentar lá em cima, nas laterais. Perdi a conta de quantas vezes tive que descer toda aquela escada para levá-lo ao banheiro. Acho que ele estava curtindo mais o sobe e desce do que a peça.
Lembro-me de quando fomos assistir ao João e o Pé de Feijão. Ele saiu do teatro confuso dizendo:
FILHO: Mas mãe, eu não vi o pé do feijão.
Tentei explicar que um pé de feijão era uma planta que dava feijão.
Mas não tive muito êxito. Então desencanei.
Bom, o teatro desse domingo seria Pedro e o Lobo. Era uma peça feita com bonecos e luz negra, super diferente. Havíamos combinado com uma amiguinha da escola e os dois estavam super felizes, bagunçando na fila, rindo de tudo, correndo de um lado pro outro do hall do teatro, pulando e conversando sem parar.
Criança dessa idade adora falar. Sério. As vezes eles nem estão falando sobre o mesmo assunto, mas continuam conversando mesmo assim:
Tudo estava correndo bem. Compramos os mantimentos, levamos todos ao banheiro e entramos para procurar nossos lugares, no meio daquele mundaréu de crianças empolgadas e pais tentando se instalar.
Sentamos e logo a peça começou.
Meu filho estava com os olhinhos arregalados super concentrado nos diálogos e nas músicas. Fui explicando pra ele o que ia acontecendo, só para o caso de ele não entender.
Aí, depois de ter passado uns dez minutos de peça, quando todos os personagens já tinham aparecido e já tinham definido um inimigo comum (o lobo mau), meu filho, que estava quietinho desde o início, me chama e pergunta:
Oi? Como assim quando vai começar? Na hora morri de rir, e respondi que já começou. Apontei pra pata e falei:
EU: Olha a pata nadando no lago, acho que o lobo vai pegar ela.
Não sei o que ele estava pensando… Acho que a luz negra o deixou confuso, e ele queria saber quando iam iluminar o palco.
Mas depois pareceu seguir a história sem problemas. Ele saiu do teatro feliz e super satisfeito com o fim da peça (porque o lobo é preso e vai pro zoológico), saltitando de um lado pro outro com sua amiguinha. E eu saí da peça ainda rindo da pérola dele.
Essas crianças tem cada uma….