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Vamos ao teatro?

Adoro levar meu filho ao teatro. É um programa fácil para nós, mães, por inúmeros motivos.

Como por exemplo:

– Tem começo, meio e fim. (Ou seja: não precisa inventar hora pra ir embora)

– É cheio de outras crianças, então tudo bem se seu filho der uns gritos ou fizer bagunça. Ele nunca vai ser O MAIS bagunceiro do lugar.

– É um programa em que as mães não precisam inventar malabarismos, joguinhos e passatempos. Nem cantar, dançar e contar historinha. Porque o entretenimento já vem com a peça.

– Basta sentar confortavelmente na poltrona e relaxar (menos quando o filho ainda é pequeno – aí ele pode ter medo ou vontade de fazer xixi)

Por isso, ir ao teatro é quase um momento de folga para nós.

A primeira vez que levei meu filho ao teatro foi quando ele tinha pouco mais de um ano para assistir Os Saltimbancos, e como ele conhecia as músicas estava super empolgado. Ficamos até o fim da peça e ele amou!

Desde então procuro levá-lo sempre que dá.

Teve uma época que ele achava que a peça terminava quando ele acabava de comer a pipoca e o suco dele. Então ele simplesmente levantava e falava:

cabou pipoca

Mas ainda faltava meia hora de história, e não tinha argumento que fizesse ele sentar pra terminar de assistir…

Quando tiramos a fralda, ele teve a fase “quero-fazer-xixi-na-hora-mais-inconveniente-possível”. Como por exemplo, na única vez em que não sentamos no corredor e sim no meio. Ou quando estávamos na penúltima fileira. Aí ele precisava fazer xixi a cada quinze minutos.

Quando fomos assistir João e Maria não tinha lugar na plateia então tivemos que sentar lá em cima, nas laterais. Perdi a conta de quantas vezes tive que descer toda aquela escada para levá-lo ao banheiro. Acho que ele estava curtindo mais o sobe e desce do que a peça.

Lembro-me de quando fomos assistir ao João e o Pé de Feijão. Ele saiu do teatro confuso dizendo:

FILHO: Mas mãe, eu não vi o pé do feijão.

Tentei explicar que um pé de feijão era uma planta que dava feijão.

tofeijao

Mas não tive muito êxito. Então desencanei.

Bom, o teatro desse domingo seria Pedro e o Lobo. Era uma peça feita com bonecos e luz negra, super diferente. Havíamos combinado com uma amiguinha da escola e os dois estavam super felizes, bagunçando na fila, rindo de tudo, correndo de um lado pro outro do hall do teatro, pulando e conversando sem parar.

Criança dessa idade adora falar. Sério. As vezes eles nem estão falando sobre o mesmo assunto, mas continuam conversando mesmo assim:

blablalba

Tudo estava correndo bem. Compramos os mantimentos, levamos todos ao banheiro e entramos para procurar nossos lugares, no meio daquele mundaréu de crianças empolgadas e pais tentando se instalar.

Sentamos e logo a peça começou.

Meu filho estava com os olhinhos arregalados super concentrado nos diálogos e nas músicas. Fui explicando pra ele o que ia acontecendo, só para o caso de ele não entender.

Aí, depois de ter passado uns dez minutos de peça, quando todos os personagens já tinham aparecido e já tinham definido um inimigo comum (o lobo mau), meu filho, que estava quietinho desde o início, me chama e pergunta:

teatronegra

Oi? Como assim quando vai começar? Na hora morri de rir, e respondi que já começou. Apontei pra pata e falei:

EU: Olha a pata nadando no lago, acho que o lobo vai pegar ela.

Não sei o que ele estava pensando… Acho que a luz negra o deixou confuso, e ele queria saber quando iam iluminar o palco.

Mas depois pareceu seguir a história sem problemas. Ele saiu do teatro feliz e super satisfeito com o fim da peça (porque o lobo é preso e vai pro zoológico), saltitando de um lado pro outro com sua amiguinha. E eu saí da peça ainda rindo da pérola dele.

Essas crianças tem cada uma….

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O banho dele de todo dia

Toda casa tem o seu rush hour. Aqui em casa acontece lá pelas cinco, seis horas da tarde, e é aquele conjunto de rituais diários que fazem parte da rotina de qualquer criança: banho, janta, cama, leite, etc.

Então, o banho aqui começa assim:

Eu chamo meu filho uma vez, mas não com muita força de vontade, porque provavelmente estou fazendo alguma outra coisa que não quero parar de fazer.

EU: Filhooo. Hora do banho.

Aí, alguns minutos depois, chamo de novo, ainda preguiçosamente:

EU: FILHOOOO, vamos tomar banho???

E por fim já deixei de fazer o que estava fazendo e chamo num tom mais autoritário:

EU: FI-LHO. BANHO JÁ.

Nessa hora ele finalmente larga tudo o que está fazendo e me obedece. Aí sai correndo pro banheiro, morrendo de rir.

Ha-ha muito engraçado.

Chegando lá, ele faz questão de tirar toda a roupa sozinho. E como ele tem três anos, é tudo beeeeem demorado.

Então primeiro ele tira o teeeeeenis. Depois tira a caaaaaaalça… Aí vem a meeeeia… cueeeeeeca…… casaaaaco… E por fim, a camiseta, que ele quase sempre pede minha ajuda porque não passa pela cabeça.

Depois disso, por algum motivo ainda não revelado, meu filho gosta de vestir a calça na cabeça como se fosse um chapéu, e sair correndo de um lado pro outro pelo corredor, cantando e rindo. Mais ou menos assim:

pelado

Depois de vê-lo repetir com tanta alegria esse costume dia após dia, eu aprendi a respeitar. Sei lá. Então deixo ele ir e voltar umas vezes pelo corredor e depois mando entrar na água.

EU: Filho. Muito bom, agora entra.

Ele entra, mas já vai logo me avisando que ‘hoje não vai lavar o cabelo.’

Faz algumas semanas que ele inventou uma regra aqui em casa: cada dia a gente vai “esquecer” de lavar alguma parte do corpo. E essa ‘alguma parte do corpo’ é sempre o cabelo.

Aí ele começa a brincar de suas brincadeiras aquáticas. Hoje em dia essas brincadeiras são um pouquinho violentas, não são mais tranquilas e civilizadas, como acertar as bolinhas na cesta ou fazer uma fila de bichinhos cantantes. Não. Hoje ele gosta de jogar todos os brinquedos pro alto. As bolas, a cesta das bolas, os bichinhos de borracha, um balde enorme de praia (que não sei como foi parar na banheira), os peixes de plástico, o barquinho de pirata. Tudo mesmo. Acho que ele gosta de ver aonde será que os brinquedos vão cair. Ou de sentir a água voando quando os objetos caem de volta nela… não sei, não descobri ainda o motivo.

O chão do banheiro fica todo molhado, uma beleza.

Bom, aí tem uma coisa que ele adora fazer em TODO banho: lavar o boxe.
banho2

Ele pega sua esponjinha do Nemo e vai fundo, fazendo espuma no vidro, todo contente. Não sei da onde ele tirou essa ideia, mas ele ama. Aí o boxe fica todo branco, molhado e grudento.

Depois de tudo isso, já é hora de sair e pôr pijama. E é claro que a hora de sair é exatamente igual a hora de entrar: ele está super ocupado com os seus milhões de brinquedos e não me escuta. Chamo a primeira vez. Depois chamo de novo. Até que a água já ficou gelada e eu já fiquei nervosa com medo dele ficar gripado.

Aí ele sai.

Primeira fase do rush hour completa. Agora vamos ao jantar….

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Quem chegar por último é mulher do sapo

A mulher do sapo foi uma grande revelação na minha vida. Aprendi que é uma maneira simples, divertida e eficiente de fazer com que meu filho me obedeça sem ele perceber que está me obedecendo. Incrível!!

Descobri que essa frase funcionava faz uns meses, quando ele estava brincando de lego e eu o chamei para jantar. Não sei como é mandar o filho jantar na casa de vocês. Mas aqui, eu tenho que chamar umas quinze vezes e usar todo o meu poder argumentativo. Mais ou menos assim:

EU: Amor, vamos comer?? Tem carninha, cenoura, batata, arroz, feijão e pepino. Tá tãoooo gostoso!!!

Ao que ele me responde simplesmente:

sapo

Ok, eu sei que é muito mais divertido brincar de lego do que jantar. Jantar implica que está ficando noite, que significa que logo será hora de dormir. E nenhuma criança quer ir pra cama e terminar o dia.

Tentei argumentar com ele:

EU: Mas você gosta de batata filho! E eu deixo você pôr sal no pepino sozinho.. Vamos?

FILHO: Mãe, tô ocupado agora

Ele respondeu que estava OCUPADO. De onde foi que ele ouviu isso? De mim?

Tentei usar o discurso “se você quiser ficar forte igual o papai tem que comer”. Depois ameacei que ia contar tudo para a professora da escola (em geral funciona!!) e por fim, desisti. Foi aí que me veio a luz e eu saí correndo e gritei:

EU: Quem chegar por último é mulher do sapo!!!!

E FUNCIONOU!! Ele largou os brinquedos e saiu correndo atrás de mim.

sapo2

A ideia, naturalmente, era fazer com que ele chegasse antes de mim na mesa para ganhar a corrida. Então fui diminuindo meus passos para ele passar na minha frente. Mas aí ele diminuiu também. Continuou correndo atrás de mim vagarosamente, e para minha total surpresa, não quis me passar.

EU: Assim a mamãe vai chegar primeiro!! Eu estou correndo mais rápido.

Ele não se importou e continuou a fingir que estava correndo até que por fim cheguei primeiro na mesa de jantar. Achei que ele ia ficar triste por ter perdido a corrida. Mas ele parecia feliz e satisfeito consigo mesmo:

SAPO3

Aí eu entendi que, para ele, MULHER DO SAPO era uma coisa boa. Ele achou que era um prêmio ser a mulher do sapo, e por isso chegou por último. Desde então a brincadeira aqui em casa tem outro nome. “Quem chegar primeiro é mulher do sapo”.

Algum dia eu vou ter que contar pra ele a verdade, mas até lá, ficamos com essa versão.

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O almoço tranquilo

Os almoços em casa são muito animados (como já mencionado aqui). Várias atividades ao mesmo tempo: a comida na mesa, o filho pedindo suco, a bebê pedindo colo. Todo mundo querendo a mãe. E quando a mãe finalmente vai sentar pra comer, depois de resolver a vida de todo mundo, o suco do filho já acabou e a bebê precisa trocar a fralda.

Enfim. Muita movimentação.

Então essa semana, quando busquei meu filho na escola e ele disse que estava com sono e que queria dormir (raríssimo aqui em casa) eu quase pulei de animação. Minha bebê também estava já resmungando com o soninho da tarde batendo. Que coisa maravilhosa, os dois iriam tirar a soneca da tarde!

Será que eu teria um almoço tranquilo?

Rapidamente pus os dois para dormir. É incrível como nessas horas a gente consegue fazer as coisas numa velocidade sem igual. Em menos de cinco minutos estavam os dois deitados: meu filho com seu leite quentinho na cama, minha bebê com sua chupeta rosa no berço. Perfeito.

MACARRONADA1

Sentei para comer e deixei a babá eletrônica ligada para o caso de a bebê chorar. Ela ainda estava chorando um pouco (ela choraminga pra dormir. As vezes ela dá uns gritinhos, mas eventualmente acaba dormindo. Faz parte gente, eu meio que já me acostumei.) Calculei que ela ia choramingar por mais uns três minutos e depois dormiria.

E foi o que aconteceu. Aos poucos o chorinho foi ficando um resmungo, e parou. Meu filho a essa altura também já devia estar dormindo tranquilamente em sua cama.

Ah, a paz! Comecei a saborear o meu prato, nem podia acreditar!! É tão libertadora a sensação de comer sem filho no colo. Sem filho pedindo coisa. Sem estar dando de mamar. Ou contando historinha, ou cantando. Ou brincando de “adivinha em quem eu estou pensando”.

Comer tranquila é uma daquelas coisas que não valorizamos na vida. Até virar mãe.

Bom, eu estava degustando de minha macarronada quando de repente…

macarronada baba

A babá começou a fazer uns ruídos estranhos. Parecia um barulho de… pato.

Mas como assim? Um pato no quarto da minha filha?? Não fazia sentido.

Mas era som de pato mesmo. Como entrou? Pela janela? Em São Paulo? Não era possível…

Eu já estava começando a questionar a minha sanidade mental quando resolvi que seria mais prudente ir até o quarto tirar a dúvida.

Chegando lá, eis a cena com a qual eu me deparo:

macarronada 2

Meu filho DENTRO do berço da minha bebê. Os dois na maior animação.

EU: Filho!! O que você tá fazendo aí? Como você entrou??? Você não ia dormir?

FILHO: Já dormi mãe. Eu tô fazendo teatro.

Ah, então tá. Óbvio, ele está fazendo teatro. E quando foi que ele dormiu mesmo? Não me recordo.

Para resumir a história: Ainda não descobri nem como nem em que momento ele entrou lá. Só sei que ninguém mais quis dormir.

Ah. E que o jogo do almoço foi “Qual É a Música?”.

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Os bichinhos de pelúcia

Meu filho ama bichinhos de pelúcia. Quando ele tinha mais ou menos um ano e meio, ele queria TODOS os bichinhos junto com ele no berço e não aceitava dormir de outro jeito. O berço ficava lotado e com pouquíssimo espaço pra ele. Mais ou menos assim:

afogabicho2

Bom, esse ano tivemos um retorno à era dos bichinhos de pelúcia. Agora ele só aceita ir para cama se tiver algum para abraçar. Ontem a noite eu pus três na cama com ele ele. O Mickey, o Macaco e o Cavalo.

EU: Agora dorme filho, boa noite.

Cobri ele, dei um beijinho e me despedi. A bebê já estava dormindo e eu estava começando a aproveitar meu momento de paz, quando escuto a sua vozinha inconfundível me chamando. Desesperada para ele não acordar a bebê, fui correndo ver o que ele queria.

EU: O que, filho? (já meio brava, porque ele sabe que eu não gosto que ele me chame depois que foi para a cama)

bichinhos 2

Fala sério. Ele só podia estar brincando né?

Analisei a situação e vi que a melhor saída era entrar na dele.

EU: Não acredito nisso!! Vou agora mesmo dar uma bronca nesses dois malandros.

Entrei no quarto dele pisando com força, como se estivesse mesmo brava com os dois bichos de pelúcia.

EU: Mickey e Macaco, muito feio vocês acordarem o Cavalo!!! Filho, acho que vou ter que tirar eles da sua cama.

FILHO: Acho uma boa ideia mãe.

Tirei os bichos da cama. Dei um beijo no meu filho, cobri ele e saí.

Fiquei pensando se ele realmente acreditava que o Mickey e o Macaco acordaram o cavalo, ou se ele estava querendo ganhar tempo acordado. Seus olhinhos arregalados pareciam sinceros, mas vai saber né..

Cinco minutos depois:

bichinho3

Ai meu santo pai do céu, o que foi agora?

FILHO: Mamãe.. eu quero abraçar meu Mickey….. devolve ele pra mim?

EU: Mas e se ele acordar o cavalo de novo eu vou tirar ele da sua cama e só vou devolver amanhã, combinado?

FILHO: combinado.

Coloquei meu filho na cama, com o mickey, com a coberta e com um beijo de boa noite.

Só o vi de novo na manhã seguinte, muito animado e com energia renovada.

Acho que os bichinhos acabaram se comportando no fim das contas.

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Antes e Depois: Refeições

Essa era a nossa mesa de refeição antes de termos filhos.almoço pré

Paz. Harmonia. Diálogos calmos e coerentes. Começos meios e fins de frases.
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E essa é a nossa mesa hoje, depois dos filhos:

almoço pós

Barulho. Interrupções constantes. Brinquedos. Bagunça.

E amor em dobro.

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Passeando de carrinho

Ah, que delícia. Passear na rua com nossos carrinhos de bebê. O sol gostoso da manhã, o bebê quietinho apreciando o ar fresco e os sons da rua. Carros, cachorros, passarinhos, pessoas andando. Quando minha bebê completou um mês e eu comecei a sair com ela, notei que andar por aí com carrinho de bebê é algo que chama a atenção e causa as mais diferentes reações nas pessoas.

Então resolvi ilustrar as situações mais interessantes que eu já passei com o carrinho de bebê na rua:

1) PERGUNTA CLÁSSICA

Que mãe nunca passou por isso? A pior coisa é estar andando com seu lindo e gracioso bebê, que você cuidadosamente vestiu, escolheu com todo amor a capa do carrinho, a coberta, os brinquedinhos, e alguém perguntar:

menino ou menina

Tipo… jura? Se as cores (rosa/azul), os acessórios (lacinho/brinquinho/boné) e os brinquedos (borboleta/carrinho) não forem suficientes para definir o sexo do bebê, faça a pergunta de modo mais casual e discreto. Por exemplo: “Como chama??”

2- CONSELHOS E TERRORISMOS

Outro dia eu estava com minha bebê na fila do supermercado e já estava perto da hora do sono dela. Então, como qualquer bebê cansado, ela começou a resmungar. A mulher da minha frente resolveu dar o seu diagnóstico:

axo que é dente

Então ela começou a contar sobre a sobrinha dela, que o dente estava saindo no lugar errado e perfurou toda a parte de dentro da gengiva, e que pelo amor de d’us se eu deveria levar logo no médico para ver.

Se essa situação tivesse acontecido quando meu primeiro filho era bebê e eu era mãe de primeira viagem, eu provavelmente chegaria em casa aos prantos, desesperada, e ligaria para a médica urgente.

Mas, como já sou mãe de segunda viagem, aprendi a não cair em qualquer coisa que dizem (ok, confesso que ainda fico com pulga atrás da orelha e dou uma ‘Googlada’ pra ver qual a probabilidade dessas atrocidades acontecerem. Mas que mãe não faz isso né?)

3- MAIS CONSELHOS NÃO TÃO FOFOS ASSIM:

Pior é quando você tá andando na rua e aparece aquelas pessoas que te aconselho de um jeito um tanto… antipático. E sem medir as proporções.

ta frio nao?Sim, talvez esteja meio frio. Talvez o vento esteja soprando mais forte. Mas ela tá usando roupa de flanela da Carter’s, super quentinha, então não precisa se preocupar. 😛

Mães são inseguras, então cuidado com o que vocês querem dizer.

4- CRIANÇAS PEQUENAS AMAM BRINQUEDOS DE BEBÊ

Meu filho de três anos quando vê um carrinho de bebê cheio de penduricalho adora ir xeretar. Fato. Crianças pequenas amam os brinquedos de bebê que ficam no carrinho, porque são coloridos, barulhentos e chamativos.

toddler butterfly

Confesso que quando meu filho era bebê eu ficava um pouco incomodada quando as crianças mais velhas vinham correndo pegar os brinquedos, mexer, chacoalhar… Não sou fresca, mas vai saber onde elas estavam antes e no que elas estavam mexendo? Mas agora no segundo filho, não me importo mais.

5- PESSOAS QUE FICAM VERDADEIRAMENTE FELIZES

Ou que lembram de coisas boas e sorriem. É contagiante.

Essas são as melhores.

felizes

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Tosse chata…

Vai chegando o inverno e o ar de São Paulo fica seco. Todos os jornais publicam sobre a massa de ar seco que está assolando o estado e trazem dicas de como se proteger dessa secura toda: compre o umidificador de ambiente, pigue soro fisiológico no nariz pelo menos três vezes ao dia, beba muita água…

Fiz tudo isso.

Entrei na americanas.com, comprei um umidificador (que ainda não aprendi a usar), comprei 2 rino soros, um pra cada filho (que para pingar é quase um parto então acabo pingando uma vez por semana) e estou constantemente oferecendo água para as crianças (elas bebem meio gole a cada vez). Eu realmente estou fazendo o melhor que posso. Mas mesmo com esse cuidado todo, meu filho apareceu com tosse.

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Na primeira vez que ouvi optei por tentar dialogar com ele, e pedir para ele parar. “Filho, poxa, para de tossir vai? Mamãe não quer mais que você tussa”. Mas obviamente não funcionou. Então, depois da tosse se prolongar por três dias e eu perceber que ela REALMENTE não iria embora sozinha, liguei para a médica, que me receitou um xarope durante cinco dias, de doze em doze horas.

PRIMEIRA TENTATIVA DE DAR O REMÉDIO: DIÁLOGO

EU: Filho, hora de tomar remédio. Você tá com muita tosse.

FILHO: Não to não, olha mãe… – E fica em silêncio. – Tá vendo???? Passou sozinha já!! COF COF COF.

EU: viu Filho? Não passou. Vamos lá, abre a boca. É bem docinho que nem suco.

FILHO: Mas mãe, pera, antes eu quero te contar o que aconteceu na escola hoje… – (Crianças de três anos são absurdamente espertas. Eles parecem fofinhos e encantadores mas por trás daquela carinha e vozinha de anjo escondem um cérebro muito mais desenvolvido do que a gente imagina). Então ele começou a discorrer sobre o dia dele num monólogo super fofo, com sua vozinha doce, e contou que almoçou arroz feijão e frango, e que o suco de melancia tava bom, e que aprendeu a música do Rainbow e que viu uma aranha na quadra de futebol.

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No começo caio na armadilha dele e escuto todo o relato achando a coisa mais linda do universo. Mas quando passam alguns minutos e a conversa não pára, enfim percebo que estou sendo passada pra trás pelo meu próprio filho.

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EU: Filho, chega de papo agora. Abre a boca.

FILHO: Mas mãe, é ruim o remédio… não quero tomar.

EU: não é ruim não, é docinho, olha – experimento uma gota do remédio e percebo que realmente o gosto é HORRIVEL. (Fica aqui a minha reclamação para a indústria farmacêutica (setor infantil): nós mães agradecemos de coração que vocês queiram facilitar nossa vida adoçando o remédio das crianças. Mas por favor experimentem antes para ver se ficou bom. Porque não adianta fazer um líquido ruim e amargo e jogar splenda dentro. É que nem passar bom ar depois de usar o banheiro – o cheiro ruim ainda está lá! E uma dica: quem sabe vocês não poderiam colocar uns bonequinhos dentro da embalagem? Uns brindes, carros, sei lá. Para fazer ficar mais divertido e menos puxado para nós mães…)

SEGUNDA TENTATIVA: À FORÇA

Bom, quando meu filho tapa a boca com a mão percebo que não teremos muita conversa aqui. Então opto pelo caminho que parece o mais simples mas que na verdade acaba sendo um tiro no pé em 80% dos casos. Deito ele, seguro os bracinhos dele e tento despejar o líquido na boca dele. (Ok, sem julgamentos agora, ok? A mãe que nunca fez isso que atire a primeira pedra)

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Obviamente a tentativa fracassou e dos 5 ml que ele tinha que tomar, 4 ele cuspiu para fora e caíram no chão, na roupa dele, nas bochechas. Além dele ficar TOTALMENTE melecado e grudento, ainda se sentiu magoado e triste. Ai que dó. #CulpaDeMãe.

TERCEIRA TENTATIVA: SUBORNO

Aí passei para uma nova técnica, que em geral funciona bem.

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Adivinha o que aconteceu? Ele pegou a bala, me enrolou e não tomou o raio do remédio. Ai minha santa paciência…

QUARTA TENTATIVA: DISFARCE

Então, por fim, opto por fazer algo que sempre achei meio golpe baixo de fazer. Vou na cozinha, espremo uma laranja e pingo as gotinhas dentro.

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Tento parecer normal, agir como se o remédio fosse coisa do passado e eu simplesmente quero agradar meu filho. Dou o suco para ele e ansiosamente espero ele tomar até a última gota.

E Fim. Quatro tentativas e quase quarenta minutos depois, consegui fazer com que ele tomasse a droga do xarope.

Agora só faltam mais 9 doses!! Mal posso esperar pela próxima vez..

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Como é uma noite mal dormida

Não posso reclamar das noites aqui em casa. É claro que depois de virar mãe eu nunca mais dormi como antes: meu sono ficou mais leve, desperto com qualquer ruído, e não tenho ideia do que significa ‘dormir até as 10’. Mas reconheço que meus filhos são bem bonzinhos e em geral me deixam dormir quase a noite toda.

Esse domingo, no entanto, eles resolveram se unir contra mim. Fui dormir cedo como sempre, deitei lá pelas onze horas. Estava sonhando tranquilamente quando de repente….

noite

Droga. Olho no relógio. Pouco mais de uma da manhã. Bom, vamos esperar ver se ela pára, né? Quem sabe será apenas um gritinho e ela voltará a dormir. Torço para isso acontecer, mas infelizmente não é o caso. Me arrasto até seu quarto e lá está ela. De pé segurando na grade. Com a menor cara de quem vai voltar a dormir. Tento acalmá-la mas ela parece estar animadíssima. Na verdade ela está achando que já é dia e que vamos brincar.

noite 2

Acabo pegando ela no colo e decido que é melhor ir pra sala para ela não acordar o irmão.

Tento acalmá-la cantando, balançando, ninando, dando voltas pela casa, passando pela bagunça dos brinquedos, pela sala de jantar, pela cozinha…. Mas todas minhas tentativas falharam e ela só ficou mais desperta, conversando e mexendo os bracinhos.

noite 3

Considero se vale a pena dar de mamar (demorei um mês para eliminar a mamada da madrugada, foi terrível, noites e noites em claro, choro sem fim…) Decido que hoje estou tão cansada que não me importo mais, só quero voltar para minha quentinha e aconchegante cama, e dormir.

Cinco minutos de leite e pronto, ela estava chumbada.

Vitoriosa, voltei pra cama. Sei que ela vai até amanhã agora. Mas meu sono dura pouco, porque menos de uma hora depois começo a ouvir um ruído leve no corredor. Um barulhinho que conheço bem…

noite 4

Ai minha santa paciência, não pode ser…. ouço com atenção mas meus ouvidos não estão enganados. De fato, são passinhos no corredor.

noute 5

Meu filho sonolento entra e pede ajuda pra ir ao banheiro. Espero alguns segundos para ver se meu marido vai acordar para resolver essa, mas ele nem pisca. Então lá vou eu.

Faço o que meu filho quiser a essa hora da noite. Qualquer coisa para ele não chorar e acordar a irmã. Quer xixi? Faz xixi. Quer leite? Toma leite. Quer me contar uma coisa muito importante? Conta uma coisa. Quer cantar? Canta.

Acompanho-o até o banheiro, tiro sua fralda – (muito bem, está sequinha, parabéns!) – e coloco ele na cama de novo. E é claro que não seria apenas xixi. Ele não consegue voltar a dormir sem a mamadeira de leite morninho dele.

noite 6

Volto pra cama e entro nas cobertas. Tento dormir e percebo que temos uma sinfonia de tosse pela casa, meu filho da cama dele e minha filha lá do seu berço. (Não sei o que acontece. Eu faço inalação, dou remédio, ponho no vapor do banho, dou rino soro, mas nada funciona. A maldita tosse não passa). Começo a pensar que amanhã sem falta vou ligar pra médica de novo para perguntar o que faço. Será que posso dar vacina da gripe neles com essa tosse toda? Melhor anotar as dúvidas para não esquecer….

Por fim, perdida nos meus devaneios e preocupações, acabo adormecendo.

Mas, ao amanhecer, beeeem antes do meu alarme tocar….

noite 10

Penso em ignorar e ver se o meu marido acorda. Por fim, ele vagarosamente abre os olhos, vira para nós e fala: “Bom dia filho!! Ué…. já são 6 horas??” E então, virando pra mim, ele tem coragem de soltar:

noite 11

Grrrrrrrr…………

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A caminho da aula

Era uma fria tarde de abril e a aula estava marcada para as 17hs. Eu levaria meus dois pequenos para aula de música. Meu filho entraria sozinho na turma de 3 anos, enquanto a bebê ficaria comigo na sala de bebês. Que delícia. Então 16:30h já comecei a levantar o acampamento, mesmo que moro a 3 quadras da escolinha de música. Afinal, tenho um carrinho de bebê e um menino de três anos para arrastar até lá e não deixar empacar no meio do caminho.

Meu filho, como qualquer menino de três anos, adora parar e comentar tudo o que chama a atenção dele enquanto andamos na rua (do “Mãe, olha que cocô de cachorro engraçado!” até “Olha!! Essa árvore tem flores vermelhas”). Tudo gera comentários curiosos e empolgados. Por isso uma simples caminhada de 5 minutos se transforma num longo percurso que pode durar meia hora. Mas ok, quando estou com paciência, é interessante escutá-lo e entender como o seu cérebro funciona.

Depois de trocar a fralda da bebê, mandar o meu filho fazer xixi, e me certificar que os dois estavam devidamente agasalhados e alimentados, pegamos o elevador.

musica4

FILHO: “Mãe, eu falei pra você que eu queria levar minha arca de noé para a aula de música” – Nem me dou o trabalho de perguntar como ele pretendia carregar aquela arca de madeira cheia de bichinhos e que deve pesar uns 5kg até a escola.

EU: “Ah meu amor, a mamãe esqueceu. Vamos indo e na volta você brinca com sua arca de Noé tá bom? Lá na aula tem muitos instrumentos que a tia vai te emprestar.” – Faço uma prece mental para tê-lo convencido. Meu argumento funcionou bem e ele seguiu em silêncio.

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Andamos alguns minutos e meu filho já encontrou um galho caído no chão que instantaneamente se tornou sua mágica espada secreta. Bacana. Contanto que esteja segurando no carrinho – milagrosamente ele não reclamou hoje de ter que segurar no carrinho. Estávamos discutindo animadamente sobre o que o galho parecia (uma espada, um remo, uma colher de pau. Não filho, não se parece com um côco que cai da árvore pros macacos), quando passa um transeunte levando um cachorro na coleira. E não era um poodle pequenino, era um labrador enorme e com focinheira. Sem nem olhar pra mim, meu filho se dirige ao dono e pergunta:

FILHO: “Pode fazer carinho, moço?”

Por sorte, o tal moço era simpático e respondeu que sim, mas que teria de segurar o cachorro porque ele era meio nervoso. Minha vontade era de gritar “Filhoooo nãooo!!!” mas sei que não posso ser esse tipo de mãe, que devo incentivá-lo e não ensiná-lo a ter medo de tudo. Então, em vez de gritar eu fiquei estática, quase sem respirar, esperando meu filho passar sua pequena mãozinha naquele cão assassino.

MUSICA2

Depois do carinho, meu filho saiu correndo feliz da vida pela calçada, enquanto eu me dividia entre agradecer o moço do cachorro e disparar atrás dele. Tudo isso com a bebê no carrinho – que adora ficar observando os passarinhos, os carros, os cãezinhos e, principalmente, o irmão. Meu filho deu início então à brincadeira do NÃO PODE PISAR NA LINHA. Que em 12 segundo se transformou em NÃO PODE PISAR NO QUADRADO MARROM e por fim, em NÃO PODE PISAR NA PARTE BRANCA.

Que bom, penso, estamos caminhando rapidamente. Desse jeito pode ser que até conseguiremos chegar à aula de música na hora certa. Mas de repente meu filho pára e pega do chão uma pinha. Daquelas pinhas secas que vivem caindo das árvores. Curioso, olha para o tal objeto, olha para cima e, ao concluir que ele deve ter caído da árvore, resolve que precisa devolvê-lo ali. E joga a pinha pra cima. Ela obviamente cai de volta no chão, e ele fica inquieto. Pega de novo e arremessa com mais força.

MUSICA3

Considero se devo iniciar uma explicação sobre a lei da gravidade, mas no fim simplesmente falo:

EU: “Filho, deixa a pinha aqui do ladinho do tronco”

FILHO: “Por que mãe? Depois os esquilos vêm buscar?” – Sorrio pela inocência fofa dele e tenho vontade de perguntar ‘que esquilos meu filho?????????’. Mas em vez disso respondo “acho que sim! Vamos deixar aí e na volta da aula de música passamos para ver.”

Peguei a mão dele para atravessarmos a rua e finalmente chegamos à escola. Olho no relógio e são 17:07h. Perdemos o inicio da aula e a música do BOA TARDE COMO VAI VOCÊ. Como na semana passada. Droga. Novamente prometo a mim mesma que da próxima vez vou começar a levantar o acampamento as 16hs. Ou vir de carro.