A Vacina da Febre Amarela

Se você mora no Brasil, deve lembrar-se daquele surto da vacina da febre amarela, no ano passado. Lembra?? Todo mundo aflito atrás de uma dose para chamar de sua, os jornais noticiando as filas quilométricas e o desespero.

Fiquei com dó das crianças, que acabaram entrando nessa onda (porque eles são esponjas, escutam os pais comentando, ouvem no rádio, tv, etc, e quando a gente vai ver eles estão fazendo mil perguntas pertinentes e sabendo de tudo), mesmo sendo muito mais informação do que a cabecinha deles é capaz de processar.

Tadinhos. A imaginação não tem fim.

Sempre tem aquela parcela da população que é super precavida e responsável, que consegue perceber quando haverá uma crise ou um surto de vacinas e se antecipam. (Quem são essas pessoas? Aonde vivem? Do que se alimentam?).

Elas dizem coisas como:

Eu, óbvio, não faço parte deste seleto grupo de seres humanos. Não. Por motivos que fogem da minha compreensão, eu acabo procrastinando e sempre deixo para última hora. E quando dou por mim já não há mais a tal da vacina.

Lembro de ter tentado de todas a maneiras: acordar as crianças cedo e chegar horas antes de abrir o posto. Em vão. A fila virava o quarteirão, subia a avenida e já não havia mais senhas. Não contente, liguei em todos os particulares que conhecia e a resposta era sempre a mesma: acabou e estamos sem previsão de chegada. Talvez em março.

E as filas eram tão grandes, mas tão grandes, que se tornaram referência na cabeça do meu filho. Até hoje, quando vemos pessoas enfileiradas num restaurante, no ponto de ônibus, na casa lotérica, etc, ele comenta:

Acabei conseguindo (em março) a bendita vacina.

Todos tomaram, mas até hoje falam no assunto. Me pergunto quando irão esquecer…

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